domingo, 25 de outubro de 2015

Palestra de conscientização sobre drogas na juventude

É fato que o número de usuários de drogas entre crianças, jovens e adolescentes só cresce no Brasil, inclusive no interior. Daí a necessidade de contribuirmos para o combate dessa situação lamentável, usando as mais diversas estratégias. 
Neste trimestre, todos os temas de redação dos meus alunos da 1ª e 3ª série do Ensino Médio estão relacionados à juventude: criminalidade, drogas, sexualidade, redes sociais e bullying. Para contribuir para nossa pesquisa e reflexão antes da escrita, especialmente nesta semana, recebemos um ex-aluno Alexandre Bianchi, que teve a triste experiência de se envolver com drogas e viver sérias consequências disso, para um bate-papo com os nossos alunos. Ainda bem que ele teve a oportunidade de recomeçar e agora está compartilhando o que viveu para evitar que outros tenham de passar pela mesma situação. Obrigada, Alexandre!






sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Projeto Musical (em construção)

Em minha escola temos o privilégio de ter inúmeros alunos talentosos para música, alguns até já têm êxito profissional nessa área, o que é motivo de muito orgulho para nós. No entanto, acontece de muitos serem bons, mas tímidos ou mesmo até esconderem essa habilidade...
Por isso, para incentivar, valorizar, reconhecer e se aproveitar desses artistas, neste final de ano, estamos tentando formar uma equipe para desenvolver algum projeto mais específico e contínuo nessa área na escola.
Para isso, inicialmente, começamos a promover um "Solau" (lual ao sol) no recreio, há dois dias, e tem sido muito divertido. Futuramente, a nossa expectativa é conseguir organizar recreios com programação musical ao vivo e de qualidade às sextas-feiras, valorizando a cada semana estilos diferentes, desde a música eletrônica ao pagode, por exemplo. Vamos ver se vai dar certo...


Projeto de incentivo ao ingresso no Ensino Superior por meio dos programas FIES, PROUNI, SISU e NOSSABOLSA

Desde que comecei a lecionar para a 3ª série do Ensino Médio, senti que havia uma necessidade muito grande de incentivar meus alunos a sonhar com uma graduação, pois percebia que poucos pareciam convictos de que o fariam ao final do Ensino Médio. A maioria até pensava em fazer uma faculdade, mas era como se fosse um sonho distante, que ficaria guardado numa caixinha até que houvessem condições... E isso poderia demorar muito. 
Eu também não pensava em faculdade como algo que eu viveria logo quando terminei a Educação Básica, eu queria trabalhar e ganhar meu dinheiro, como fiz. Apenas três anos depois foi que eu fiz minha opção pelo curso de Letras, que entre outros benefícios, era o que eu poderia pagar... Hoje a realidade é bem diferente. Por meio do Enem, há inúmeros programas que podem beneficiar os nossos jovens em universidades particulares com bolsas de 50 ou 100%, o que tem tornado real o sonho de muitos estudantes.
Aqui postarei fotos da execução do meu projeto em 2014 e em 2015, que consistiu em levar para as salas de 3ª série do Ensino Médio, ex-alunos meus que tiveram a oportunidade de ingressar no Ensino Superior por meio destes programas: FIES, PROUNI, SISU e NOSSABOLSA, para compartilhar suas histórias e contribuir para a motivação dos formandos.





Um detalhe que me alegra muito é o fato de que alguns alunos que viram as palestras em 2014, voltaram como palestrantes em 2015. Em 2016, eu acredito que a quantidade será muito maior.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Sobre ser professora e amar isso



Um dia desses, ao entrar na sala da coordenação da escola, uma mãe, que estava sendo atendida pela coordenadora, olhou para mim, perguntou se eu era professora, admirada, e soltou um triste e compassivo: "Coitaaada...!"
Eu poderia ter questionado, respondido, dito mil coisas, mas fui discreta. Eu só queria saber se poderia levar meus aluninhos do 1ºM04 para o pátio, então apenas saí rapidamente, rindo por dentro da situação.
Eu sei o que diz o senso comum sobre ser professor neste país, por isso, até entendo o "coitada" emocionado daquela senhorinha, mas se tivesse um jeito gentil e simpático de fazer, eu gostaria de poder demonstrar que no meu caso, não é beeem assim.
Em primeiro lugar, quando eu escolhi ser professora, eu conhecia o senso comum e eu sabia como era escola, ninguém me iludiu. De fato, há dias difíceis, como em qualquer trabalho, mas na maioria deles - 95% - dá para fazer funcionar com "ingredientes" muito simples: paciência, amor, maturidade e interesse honesto em contribuir como educador para a sociedade, sem preguiça!
Houve um tempo em que professor gostava de sermão, de dar conselho, falar do futuro, de intimidar com possibilidades chocantes, "impor" respeito etc etc... Pra dar aula e conseguir que os alunos produzissem tinha que ameaçar tirar nota...! Muita gente até faz isso ainda, mas se frustra porque se um um dia adiantou, hoje não funciona mais.
Na minha experiência como professora, cometi alguns erros imbecis no início, tentando constituir minha autoridade por meio da aspereza, por exemplo, ou ainda, ensinando como se os alunos fossem se tornar experts nos conteúdos da minha disciplina, agindo como se adolescentes pudessem agir com uma maturidade muito superior a que eu deveria esperar... Não digo que não erro mais. É claro que ainda tenho muito a aprender! Mas nesses poucos anos, as coisas já mudaram tanto dentro da minha cabeça e na minha prática pedagógica que a cada dia me sinto mais feliz e mais realizada pela minha opção de ser professora, não porque me sinta uma heroína, cheia dos melhores resultados, nada disso! A minha compreensão daquilo que é realmente essencial é que mudou, o meu olhar sobre o outro foi que mudou.
Há alguns meses um colega da época da faculdade, até me perguntou se eu já havia me tornado uma profissional medíocre, dessas que empurra pela barriga, que acha que não tem jeito, mas continua trabalhando e reclamando todos os anos das mesmas coisas, do mesmo jeito... Isso não aconteceu comigo, pelo menos não ainda. Eu amo a minha escola, amo estar com meus alunos, eles me fazem bem e eu sinto que faço o mesmo a eles, antes de tudo como ser humano, e a partir daí, do estabelecimento dessa boa relação, da cooperação entre professor e aluno, é possível produzir resultados efetivos no processo ensino-aprendizagem. Antes de tudo aprendemos com o exemplo, com a prática e daí a fala, a teoria, passa a ter sentido.
É muito simples: se eu quero que meus alunos me deem "bom dia!", lindamente, pela manhã, preciso ser a portadora desse lindo bom dia que eu espero. Se eu quero que sejam gentis comigo, preciso ser a primeira a mostrar como é. Se eu quero que se dediquem com as atividades, trabalhos etc... Preciso ser dedicada como professora, preciso ao menos tentar pensar naquilo que eu posso fazer de agradável nos meus planejamentos, para esperar uma resposta proporcionalmente feliz! Se eu fizer tudo que puder na minha vida usando Ctrl+C Ctrl+V, estou longe de ser um exemplo pra qualquer criança ou adolescente que está na escola, muito pelo contrário, sou mais um corrupto que provavelmente reclama da corrupção do país, estando cego para o erro que está em mim mesmo.
Uma das maiores lições que aprendi na escola pública, é que se você não gosta de gente, se não está aberto a reconhecer e valorizar os outros, o que eles sabem e são, independente de qualquer coisa, antes de buscar isso para si mesmo, esse não é um lugar para você. A escola pública é um lugar de gente que entende de humildade e respeito, que não se deixa levar por pré-conceitos, mas que está aberto ao diálogo, à interação e à empatia. Escola não é lugar de gente preguiçoso, acomodado, que não se preocupa em identificar-se com o outro, conhecê-lo, percebê-lo, entendendo as modificações sociais. Para promover transformação e provocar efeitos duradouros, a escola precisa de gente disposta a buscar alternativas de encantar sua clientela e provocar a vontade de se esforçar um pouquinho mais, aprender um pouquinho mais...
Sem relacionamento, sem cooperação, sem bom humor, não há aprendizagem que ultrapasse as folhinhas de provas... A aprendizagem que marca para a vida, precisa ser provocada por mais do que "conteúdos curriculares difíceis" que ninguém vai usar depois da escola, a aprendizagem que marca para a vida tem a formação crítico-cidadã em primeiro lugar, tem a promoção da habilidade de ler e produzir sentido para a vida, para aquilo que é real e diário como prioridade, tem a escrita como arma social para a promoção de um futuro acadêmico, profissional e cidadão de qualidade.
Não sei se todas as minhas reflexões fazem sentido para outros docentes, mas sei que é o que tem dado certo para mim. Apesar dos resultados da minha escola não serem os melhores, devagarzinho, consigo ver pequenas vitórias como fruto de um trabalho assim, que compensam e me motivam a continuar batalhando, pensando e planejando caminhos para aperfeiçoamento da minha realidade escolar.