domingo, 21 de agosto de 2016

Trabalho em Grupo - dica

Neste segundo trimestre, experimentei uma nova estratégia para trabalho em grupos na 3ª série do Ensino Médio. Costumo me sentir incomodada com trabalhos desse tipo, porque geralmente esperamos que realmente haja várias pessoas trabalhando em equipe, mas na verdade, é um ou dois que fazem para o resto morcegar... Todo mundo sabe como é... Por isso, dessa vez eu dividi um conteúdo imenso (os valores semânticos das conjunções coordenativas e subordinativas) em três grupos de 13 alunos, em média. Pedi que eles elaborassem uma aula criativa para trabalhar com esse assunto (poderiam usar vídeos, imagens, músicas, teatro, atividades, jogos, qualquer coisa pertinente ou interessante para a aprendizagem da turma). Três aulas foram cedidas para pesquisa e preparação do trabalho no LIED e na sala de aula. No dia marcado para as apresentações, três alunos apenas de cada grupo foram sorteados, os quais tinham a responsabilidade de dar conta de todo o trabalho, sabendo que a nota desses três, seria a nota do grupo inteiro. Uma galera até "arrepiou", mas no final, foi o máximo!!! Eles foram forçados a tentar, a estudar, a se preparar... E saíram trabalhos maravilhosos e até surpreendentes, com direito até a publicação na página da Professora Carol "Português para Desesperados". Adorei!!!
No final, para não ser injusta com ninguém, o que considero muito importante, os alunos que não ficaram satisfeitos com a nota do grupo, tiveram a oportunidade de fazer uma atividade individual para tentar angariar uma nota melhor. 
Com certeza, essa é uma estratégia que vou repetir. Fica a dica! 















Ações Antidrogas na Escola 2016

Infelizmente, é cada vez mais comum o envolvimento dos nossos alunos e da juventude, em geral, com o mundo das drogas. Trata-se de uma realidade muito triste que vemos todos os dias, inclusive na escola. Por isso, este mês tivemos duas ações na escola voltadas para este tema, nos dias 05 e 19/08, por meio da palestra do Pr. Francisco Veloso, que há 42 anos trabalha com a recuperação de dependentes químicos, hoje residente em Vitória,  e de um bate-papo com nosso ex- aluno Alyxandre Bianchi, que também teve uma triste experiência com drogas, e pelo segundo ano esteve conosco para compartilhar e mostrar pra essa molecada que o que vale a pena mesmo é viver uma vida que não nos traga arrependimentos no futuro. Como muito bem colocou e repetiu "Não sou obrigado a plantar, mas sou prisioneiro das consequências".















Jogo das Figuras de Linguagem - 1ª série EM

É imprescindível para a sala de aula hoje criar estratégias para fugir das tradicionais aulas expositivas e levar à aprendizagem por meio do desafio, da ludicidade, da curiosidade... Por isso, neste ano, para trabalhar com Figuras de Linguagem na 1ª série usei uma metodologia diferente.
Inicialmente os alunos tiveram uma semana e meia para pesquisar uma dentre 16 Figuras eleitas por mim para serem trabalhadas este trimestre. Ao final desse prazo, tivemos duas aulas em que esses alunos compartilharam o que haviam aprendido sobre a figura que lhes foi solicitada e mostraram pelo menos três exemplos. Pela quantidade de alunos, as figuras se repetiram duas ou três vezes, o que só contribuiu para fortalecer a aprendizagem. Durante os compartilhamentos, com os apontamentos que eu ia resumidamente fazendo no quadro, os alunos foram convidados a fazerem anotações para utilizar no jogo que faríamos em seguida.
Para o jogo, os alunos foram divididos em cinco grupos, escolheram um nome para seu grupo e de acordo com as regras explicitadas abaixo, tinham 15 segundos para responder ou passar a vez. 

Exemplos de slides:
No primeiro exemplo a resposta era simples: Hipérbole, a noção de exagero proposital é clara.
 No segundo exemplo havia mais de uma figura: Eufemismo e Ironia. No entanto, desde que o grupo acertasse uma teria seu ponto garantido.

Infelizmente não tivemos muitos grupos dispostos a pagar mico, mas esse mico aí foi lindinho:
Titia ama!!!

Durante o jogo, fomos revisando o que tínhamos visto durante o compartilhamento das pesquisas:





No final, o placar ficou assim (1ªM04):
                                                         
                                                         Ganharam de lavada!!!!!!!!

                      ... Aquele tradicional bombonzinho pra quem mereceu.

                                                    E na 1ªM03, placar mais equilibrado...
 Vitória das Belezuras que arriscaram pouco e conseguiram administrar bem a pontuação! Parabéns, meninas!


Essa foi mais uma ação show de bola, para compartilhar e repetir sempre! Fica a dica!

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Olimpíadas de Língua Portuguesa 2016 - Melhores crõnicas

Confesso que este ano foi ainda mais difícil trabalhar com as Olimpíadas de Língua Portuguesa, foram necessárias muitas aulas, muito esforço, muita leitura, muita correção, muita criatividade e disposição para tornar essa atividade mais que falar sobre o lugar onde eu moro - ou até o lugar onde eu "morro" rsrsrsrs. Entretanto, ao final, são tantos bons, muito bons e excelentes que selecionar foi um desafio. Ainda assim, eis aqui uma seleção enorme para apreciação.


Tema: O lugar onde eu vivo

Guilherme

A morte de um rio

Moro em um município do Espírito Santo chamado Colatina, uma cidade bastante conhecida pelo fato de que toda tarde, quando o sol se aproxima do horizonte montanhoso, o céu e o leito do Rio Doce se mesclam de dourado e vermelho e compõem um pôr-do-sol da cidade, que é considerado o segundo mais belo do mundo, e nossa cidade é conhecida como Princesa do Norte, representa o cartão-postal, junto com o monumento do Cristo Redentor.

Essa cidade, assim como outras no Espírito Santo e várias no estado de Minas Gerais, passou por situações muito difíceis ao longo desses últimos meses, por causa de uma barragem da mineradora Samarco, em Mariana, que rompeu e destruiu completamente o Rio Doce, também chamado de “Nilo Brasileiro”, e prejudicou bastante o fornecimento de água para milhares de famílias dessas cidades, principalmente para Colatina, que só tem o Rio Doce como meio de abastecimento de sua população. 

Por conta disso, a Samarco foi obrigada pela justiça, a começar a distribuir água para esses municípios, e foi daí que surgiu a famosa “fila da água”, foram pontos de coleta de água que passaram a fazer parte e ser rotina de milhares de pessoas dessas cidades, essa era a única forma de garantir que teriam água para beber e para utilizar para fazer as coisas em casa. 

No meu bairro, ir para a fila era mais do que obrigação, e até era divertido, pois era um local de muitas brincadeiras, mesmo tendo certas confusões, por exemplo, havia uma idosa chamada Dona Maria que gostava de arrumar confusão, porque ela dizia que não aguentava ficar em pé muito tempo e achava que devia ser a primeira a pegar, mas todo mundo sabia muito bem que ela vivia indo para o forró, mas mesmo assim ela dizia que não aguentava, e por isso todos ficavam revoltados. Mas mesmo com tudo isso, fizemos muitas novas amizades e até algumas inimizades, até pararem de distribuir água. 

Mesmo com tudo isso, o Rio Doce ainda continua cheio desses rejeitos de minério e com suas águas impróprias para consumo, e pelo que parece, essa situação ainda vai durar por muito tempo. Eu só espero que um dia, nosso rio volte a ser grandioso e limpo como já foi há algum tempo

Mônica

A seca

No lugar onde eu moro, é comum acontecerem várias situações interessantes. Uma delas é a hora em que eu acordo e abro a janela e a única coisa que eu vejo são as árvores secando e as flores murchando.

Outra coisa que eu observo na roça são as poças secando e com isso vejo as pessoas chorando, pois a água é a fonte da vida dos agricultores, para molhar suas plantações.

Desse jeito eu observo que morar na roça não é para qualquer um, e sim, para as pessoas fortes, que não tem medo do sol, mas tem fé em Deus, Tem pessoas que não aguentam essa situação precária e vão para a cidade tentar uma vida melhor, mas poucos conseguem, e assim voltam para seu lugar de origem.

Depois olho para o galinheiro e vejo as galinhas com bicos abertos, morrendo de sede, então eu levo água para elas beberem, mas elas continuam com do mesmo jeito, parece até que elas estão percebendo que a situação não é fácil.

Por último percebo que eu sou feliz assim mesmo, pois não vai ser uma seca que vai me entristecer, e sim, vai me fortalecer para vencer essa situação e encarar outra. 

Por isso, eu tomei uma atitude dramática, fechei a minha janela para evitar de vez essa seca e ser feliz.


A Faxina

Pense em algo que eu odeio fazer: é arrumar a casa. Não é porque dá trabalho, que gasta o meu tempo, e nem porque é chato e sim por causa da minha mãe.

Pois é... A minha mãe que coloca defeito em tudo. Se eu deixar a casa um brinco, ela vai achar algum defeito. Por exemplo, se por acaso eu não limpar em cima da estante que é alta, ela vai reclamar, se eu esquecer de limpar embaixo da cama, ela vai reclamar, se eu não passar pano direito, ela vai reclamar. Desse jeito é impossível limpar casa sossegada.

Eu estou pensando sinceramente em colocar câmeras pela casa, para filmar ela limpando casa, para eu limpar do jeito que ela limpa, mas provavelmente ela vai colocar algum defeito na minha limpeza. E se eu coloco defeito na limpeza dela, ela faz um drama e, no final, eu que estou errada.

Por isso vou tomar uma atitude, quando eu fizer faxina, vou usar meus fones de ouvidos e vou ouvir música na altura máxima, para que quando minha mãe reclamar eu não a ouça. E se por acaso isso não der certo, vou ter que continuar ouvindo-a reclamar, até eu sair de casa e isso vai demorar provavelmente.


Íris

O fantasma acorrentado

Quando criança eu tinha muito medo de fantasmas, confesso: fui muito medrosa, mas eis o porquê.

Na infância eu passava férias na casa da minha avó em uma cidade muito pequena e calma. Tão calma que às noites as mulheres se sentavam na calçada para conversar, passavam horas lá. Mas a senhora mais antiga e respeitada contou para todos que durante a noite andava um fantasma acorrentado pelas ruas, falou também que não foi a única que viu.

Depois disso, ninguém mais foi visto fora de casa ao escurecer como antes, ainda mais que realmente eram ouvidos barulhos de correntes à noite. Ninguém se arriscava a olhar pela janela e, eu medrosa que não iria mesmo, até porque a janela do meu quarto era direto na rua, sem nem um quintal ou cerca para me proteger, se caso ele fosse “assombrar” a casa, meu quarto seria o primeiro!

Durante duas ou três férias em que fui para lá era o mesmo drama, todos trancados, oravam para todos os santos nas madrugadas. Até que a corajosa Dona Ana se arriscou a olhar pela janela o espírito que nos assustava, e descobriu que era, na verdade, um simples boiadeiro. Isso mesmo! Um velho boiadeiro que passava cedo para trocar os bois. Coitado! Se ele soubesse o que ele causou apenas por tocar seus bois com seu dia começando às quatro da madrugada.

Acabou que essa situação nos rendeu risadas e boas histórias e até hoje é motivo de risada.


Aline

Um dia de faxina

Era sábado e eu só tinha que fazer a faxina, mas não para a minha pessoa, que consegue estragar as coisas todas. Eu comecei tirando a poeira dos móveis e depois de alguns objetos danificados ou quebrados, eu acabei essa parte. Mentira! Minha mãe me mandou pular e me pediu para que limpasse o chão, depois de varrer e quase tirar meu dedinho do pé fora, com as quinas das coisas - meu dedinho deve ter uma paixão por quinas, porque em tudo quanto é canto é uma cacetada!

Já estava quase tudo pronto, só faltava fazer o almoço, limpar a cozinha e a pior parte de todas, limpar o banheiro. Eu estava enrolando só para alguém se manifestar e me ajudar, e eu com certeza pediria para essa pessoa que limpasse o banheiro, mas ninguém foi solidário, todos quiseram ver meu fracasso. Depois de fazer o almoço e ter arrumado a cozinha, só me restava o banheiro, eu pedi ajuda, dizendo que estava muito cansada, mas todo apelo foi em vão.

Então eu resolvi encarar o mal e peguei a vassoura e os produtos e fui para a minha missão, com pouca vontade, mas com muita determinação, e quando eu fui começar a esfregar o chão eu escorreguei e caí. Nessa hora eu me dei conta que quando algo tem que dar errado, mais cedo ou mais tarde, isso dá errado.


Brenda

O pior dia da minha vida

Não existe pessoa na face dessa terra que é mais azarenta do que eu. Quando nasci já devem ter falado: essa criança vai pagar mico atrás de mico nessa vida de tanta má sorte que vai ter.

Certa vez estava indo para um curso. Era o primeiro dia, já estava tremendo de tão nervosa que estava, tinha que pegar um elevador já que era no terceiro andar, somente eu estava no elevador e, não sabendo como funcionava, saí apertando aqueles botões até alguém me socorrer, falando que apenas precisava apertar o número do andar que desejava e eu ali transformando aquilo em um bicho de sete cabeças.

Abrindo a porta, sem nem perceber, acerto-a na cara do senhor que estava a sair. Pensei que aquele dia não podia ficar pior, estava enganada, pois ficou pior, assim que entrei na sala me sentei numa cadeira que estava meio bamba, não passou pela minha cabeça que ela podia estar quebrada, então já pode imaginar o que aconteceu, né? É isso mesmo! Na hora em que me mexi na cadeira lá se foi “euzinha” para o chão! Não sabia onde enfiar a minha cara de tanta vergonha.

E não parou por aí não, na hora de ir para casa tive que pegar um ônibus extremamente lotado, fiquei nas escadas praticamente, espremida contra a porta, estava muito calor e ali dentro parecia uma panela de pressão de tão quente que estava e, para piorar, um cheiro forte de cecê que não dava para aguentar, mas tentei passar pelas pessoas que havia ali, até chegar na roleta, mas antes que eu pudesse chegar até lá, acabei caindo com tudo de volta nas escadas, por causa de uma curva que o ônibus havia feito e eu estava sem apoio. Todos que ali estavam riram do meu espetacular tombo com as pernas pra cima, e ainda teve uns engraçadinhos que riram de minha pessoa, com certeza esse foi o pior dia da minha vida.



Patrícia

Machismo em Mulher

Não sei por onde começar, nunca pensei no lugar onde vivo e quando tentei não achei nada de proveitoso, mas tenho certeza que todas as pessoas "jovens" não gostam de viver em um lugar onde a maioria da população é idosa e fofoqueira, que sentam na pracinha e discutem que “hoje em dia as meninas estão se comportando como os meninos, acham que são iguais para ganharem na vida”.

Certa vez estava indo para o curso sozinha, pois amo minha independência, mas aquelas velhas cismaram em encher minha paciência, sentaram comigo e começaram:

- Na sua idade ficava em casa e cuidava dos meus irmãos mais velhos.

Notaram que eram homens? Nem morta eu ficaria em casa cuidando de marmanjo! Outra comentou:

- Eu arrumava a casa, lavava a roupa e cozinhava, não me preocupava em ler e estudar eu tinha que ser uma boa esposa e mulher !

Perceberam o tom de crítica e orgulho na voz dela? Não que eu critique as escolhas dela, mas elas se rotulam desde novas o que tinham que ser para agradar os outros, eu estava tão atenta e indignada que perdi o ônibus, quando a terceira falou:

- Você, minha menina, deveria voltar para casa e tratar de se tornar uma boa menina prendada para casar.

Aquilo foi a gota da água, não consegui ficar calada, as mulheres são rotuladas como frágeis e que tem que cuidar da casa, do marido e das crianças, mas que merda! Isso é a maior injustiça, só porque nasci mulher não tenho direito de me expressar? Tenho que viver para os homens? Para a sociedade mudar as primeiras a mudarem tem que ser as mulheres, caramba! Nós mesmas nos deixamos ser pressionadas pelo machismo, talvez seja esse o motivo de não gostar do lugar onde moro: pode ter o segundo pôr do sol mais bonito, pode ser a princesinha do Norte, mas é cada coisa que eu tenho que suportar que só sendo mulher pra aguentar! Fui embora a pé, pois preferia infringir o sol do que aquelas três mulheres.


O verdadeiro titã

Todos temos muito orgulho do nosso bem mais precioso o Rio Doce, ou melhor dizendo, tínhamos. Os peixes eram abundantes, a água era a nossa fonte de vida e alegria, podíamos tomar banho, pescar e beber água sem nos preocupar, mas isso acabou! Observou os verbos no passado? Já vou explicar.

Nosso amado rio sofreu com os anos, a poluição, o desmatamento e, o principal, a urbanização. No lugar das árvores cresceram prédios, onde havia campinas, hoje temos asfaltos, no lugar dos campos de flores, temos calçados, e o rio ficou encurralado! Quanto mais gente, menos espaço e o rio cada dia mais afunilado, a água corria livre e tranquila, agora corre estreitando as margens acimentadas.

Mas isso tudo não é nada em comparação ao que temos hoje, a água se transformou em lama, os peixes morreram asfixiados não tiveram nem tempo, o rio já não existia. Por onde a lama passava deixava seu rastro de sangue de vidas que nunca seriam as mesmas.

Já passamos por enchentes que destruíram nossas casas, por dormimos do lado de um titã acorrentado, mas a água sempre voltava a sua normalidade. As casas construímos, mesmo sabendo que aconteceria novamente, pois sabíamos que ali era nosso lar.

Mas dessa vez foi diferente, não choramos pelas nossas casas devastadas, antes fosse, choramos lágrimas de sangue pela morte do Rio Doce. Uma barragem, nem longe, nem perto, que nos alcançou aqui, uma tragédia não só para a cidade, mas para o Brasil. Isso destruiu casas, cidades e vidas, mas o que ficou mais marcado foi o nosso rio, passamos semanas e até meses com medo de beber a água dele, pois o gosto da morte nele habitava.

Até hoje ainda nos perguntamos se o rio voltará normal, se vamos pescar peixes que dava gosto de ver, se vamos nadar e beber a água sem medo de que algo aconteça... A parte mais triste é que nossas futuras gerações não vão ver a glória do rio quando o sol se põe no horizonte com um beijo prometendo voltar, não saberão qual é o gosto da água límpida do nosso querido rio, se as coisas não mudarem e as pessoas continuarem a maltratar e aprisionarem essa grande força da natureza, só será mais um fato histórico que nossos filhos encontrarão nos livros didáticos.

Beatriz

Brasil: Um país "maravilhoso"


Gostaria de me desculpar, de antemão. Algumas coisas que irei dizer após o ponto final deste parágrafo podem incomodar os céticos, alienados ou leigos, pois falarei como anda a política no nosso querido Brasil, então me desculpem. A partir do ponto, juro dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade. Se quiserem me processar, tudo bem, mas por que processariam alguém que disse ou escreveu somente algumas verdades? Afinal, boca não é baú.

Se você não sabe como o Brasil se encontra atualmente na política, sugiro que leia uma revista recente deste ano ou procure na Internet as palavras-chave: política e Brasil.

Há poucos dias, houve uma reunião no Parlamento Brasileiro para uma votação acerca do impeachment da nossa "querida" presidenta Dilma Rouseff. Será que posso dizer nomes? Quer saber, não ligo pra isso. Todos os deputados, praticamente, dos estados brasileiros compareceram ao Congresso para dizer "sim" ou "não". A transmissão durou quatro horas ou mais, para ficar decidido uma coisa que todos nós já sabíamos, que é: a maioria dos deputados querem o impeachment da nossa presidenta. Acho que o bastante era dizer só "sim" ou "não", como foi proposto, mas acho que esses deputados não sabem ler ou ouvir ou prestar atenção ou entender, estão parecendo alunos de escola pública. Eles não entenderam que era só dizer uma simples palavrinha mágica, mas sim que teriam que dar mil e um motivos para o impeachment da presidenta. "Eu faço isso pelos meus filhos". "Eu faço isso pelos 50 mil religiosos que votaram em mim". "Ah, faço isso pela minha família." "Estou votando pelo meu partido". "Faço isso pelo meu cachorro". Cara, era só dizer "sim, eu quero que aconteça a porcaria do impeachment da presidenta", não precisava dizer que por causa do filho da vizinha do seu primo de terceiro grau você decidiu votar assim.

Mas, fora isso, a transmissão foi legal pra caramba, porque muita gente falou umas verdades na cara do Eduardo Cunha, o "nobre" presidente da Câmara dos Deputados. Lembro-me de um que disse: "hoje eu voto pelo impeachment da presidenta, amanhã eu voto pelo seu". Sabe quando o coleguinha dá aquela má resposta em outro coleguinha e todo mundo grita "iiiiiiiiih"? Então, foi exatamente essa a minha reação.

Eu achava muito engraçado quando alguém incluía religião no meio. Só para deixar claro que respeito quem acredita. Porém, acho que é uma coisa ridícula misturar religião e política, porque são assuntos distintos. A política está em algum lugar, meu bem, e a religião também está em outro lugar, então deixe-a quietinha em seu canto.

Ou quando alguém dizia que só disse "sim" ou "não" por causa do seu partido. Cara, na boa. Eu não sei o que dizer sobre isso, porque provavelmente iria acabar xingando e não quero ter que fazer isso.

Era muito engraçado também quando alguém excedia o limite de tempo que teria para falar. Se o tempo máximo era de um minuto, alguém falava durante cinco minutos. Acho que esses deputados estão com cera no ouvido. Se nosso dinheiro não fosse roubado todos os dias, eu até compraria uma caixa de cotonete para eles.

Alguma deputada disse a respeito da Dilma ser uma mulher e que votava "não" por esse fato, alguma coisa assim, eu não lembro direito. Outra coisa que quero deixar claro: sou feminista. Não estou julgando a resposta da mulher, só debatendo, apenas quero esclarecer uma coisa. Até quando nós, mulheres, não tivermos respeito nesse "lindo" país, nunca poderemos virar presidentes. Vocês acham que homens e mulheres machistas, iriam respeitar uma mulher em um cargo como esse? Eu sei, ser presidente é muito importante, mas eu nunca vi alguém levar a Dilma a sério. Eu ri escrevendo isso. Ela, simplesmente, não tem o respeito que deveria ter. Cara, ela não sabe nem governar um país direito, quanto mais ter respeito. A gente tem que respeitar, inclusive, o cachorro da vizinha, pessoal. Outra coisa que queria falar é: respeito. Mas isso vai fugir totalmente do assunto original. Vamos nos focar apenas na política. 

Eu super apoio uma mulher ser presidente, mas até que tenhamos respeito e direitos iguais no Brasil, creio que não será possível. Não estou querendo dizer que um homem seja mais eficiente, longe disso. Estou querendo dizer que, nesse país, suas ideias são mais "respeitadas".

Uma coisa que eu queria comentar também é: a negligência dos brasileiros. Nosso povo esquece de visar o próprio país para tomar uma "breja", enquanto assiste a uma partida de futebol. As pessoas não veem que nosso país, de pouco em pouco, está afundando. Preferem focar na cultura da bunda do que no bem-estar da nação. Eu sei que, provavelmente, muitas pessoas pensarão, após ler isso, que para mover um país se deve começar pelas mudanças políticas e que devemos fazer greves e essas coisas, mas a mudança vem de dentro da gente. As greves de 2013 estão aí para provar que muitas coisas não mudaram. Enquanto o brasileiro não arredar a bunda do sofá, o nosso país nunca irá progredir, apenas regredir.

Não vim aqui apenas para falar da política. A política tem cinquenta por cento de culpa na situação que o Brasil se encontra, mas vamos parar um pouco de apenas reclamar e vamos começar a fazer. Reclamar que eu digo é: votar em um candidato, perceber que errou e depois reclamar. Sério, me poupe.

Isso é tudo o que eu queria dizer. Desculpem-me aqueles que se chatearam por eu ter reclamado sobre a nossa situação ou sobre os seus "deuses", apenas fiz o que qualquer brasileiro faz de melhor: reclamar.



Tipos de professor



Acho que desde que eu comecei a estudar sempre tive os mesmos estereótipos de professor. Não importa para onde você vá, seja escola de ensino fundamental ou médio ou até na faculdade, sempre vai ter aquele grupo de professores que nunca irão te deixar em paz. Tem aquele professor que trabalha na mesma escola desde que ela foi fundada, aquele que briga com você por qualquer coisa, o egocêntrico e etc. Existem dezenas de tipos de professor e, por isso, decidi falar sobre esse assunto aqui.

Sabe quando você conta a piadinha do elemento potássio da tabela periódica e seu professor olha para você com uma cara "eu estou rindo por dentro, mas não vou rir por fora para não passar a imagem de que eu tenho senso de humor"? Enfim, eu sempre fui uma pessoa muito brincalhona, mas tem aquelas pessoas que você não pode contar nada e é exatamente para esse professor, que te olha com cara feia quando você derrubou "sem querer" um coleguinha da turma, que você não pode contar uma simples piadinha. Aí ele te dá uma suspensão ou apenas uma bronca. Não confie nesses professores para contar uma piada. Eles são os piores.

Tem também aqueles professores egocêntricos que precisam falar em toda aula que tem mestrado ou doutorado da matéria que ele dá aula. Desnecessário. Esse professor é aquele que diz que o que está escrito no livro é errado e conta toda a história sobre como o fato ocorreu. Tipo, se está errado, por que você não vai lá consertar? Ou manda uma carta para a editora que publicou o livro. Garanto que eles entenderão.

Sempre tem aquele professor com alguma mania. Ou é a mania de falar "né" toda vez que termina uma frase ou de cuspir na hora da explicação ou de balançar as pernas embaixo da mesa enquanto lê alguma coisa.

E o professor esquecido? Esses são os melhores. Tem um trabalho pra entregar em um determinado dia e ninguém da turma levou, o que não é problema, porque todo mundo diz para o professor que é pra semana que vem e ele acredita. Admito que já fiz isso.

E aquele que trabalha há um tempão na escola que você estuda? A escola foi fundada há mais de 50 anos e ele ainda está lá. Você sai da escola e o professor ainda está lá, e, na maioria da vezes, em um estado melhor que o seu.

E aquele professor turista? Que vai uma vez por semana e falta o resto. A maioria dos alunos só aprendem o nome dele em novembro e olhe lá.

Tem aquele professor gênio. Ele sabe de tudo que os alunos perguntam e você ainda nem sabe porque ele está lá te dando aula.

O professor amigão é aquele que acha que faz parte da turma. Sempre conversa com os alunos como se tivesse a mesma idade que eles e ainda ajuda na hora da nota. Abre o olho, professor.

Xavequeiro: todo mundo percebe como ele olha para os adolescentes e ele tem a cara de pau de fingir que não sabe o que está acontecendo, mas acaba virando piada na sala.

O professor amargurado sempre desconta as frustrações da vida dele nos alunos. É o professor "sai da sala". "Professor, mas isso não tá errado?". "Você tá duvidando de mim? Sai da sala. Sem "mas", sai da minha sala". E a gente sabe exatamente porque você está assim, professor...

Tem o professor rancoroso. Você falou alguma coisa que ele não gostou e ele vai te perseguir pelo resto do ano. O aluno pode ter colocado a resposta certa em uma questão da prova, mas o professor rancoroso sempre vai descontar ponto e ainda falar que não estava do jeito que ele queria.

Enfim, esses são alguns professores que sempre tive em toda a minha vida de estudante e olha que eu estou apenas começando o ensino médio. Muito professor me espera nos próximos sete anos e eu tenho certeza que serão os mesmos.

Gente que escreve ou fala errado no Brasil

Resolvi falar sobre um assunto que incomoda a maioria dos brasileiros conscientes, como eu (humildade sempre), que é: gente que escreve ou fala errado. Eu não sei se as pessoas são assim porque simplesmente têm preguiça de aprender ou porque não têm condições para estudar.

Se vemos no Facebook alguém escrevendo errado, dá vontade de dizer para a pessoa comprar um livro com as normas da Língua Portuguesa, ler e depois, somente depois, voltar para a web. Porque se a pessoa tem acesso à rede social por meio de computador ou celular, então com certeza ela tem dinheiro para comprar um livro ou ir à escola.

Gente, eu acho uma falta de tapa na cara quem escreve ou fala errado. É feio e ninguém chega a lugar algum assim. Ou você pensa que para ter a profissão dos sonhos você não precisa ser alfabetizado? A não ser que você queira ser um jogador de futebol, aí eu entendo. Não desmerecendo quem é, ou talvez eu esteja sim.

Lembro-me de um dia monótono na escola, quando minha professora do ensino fundamental escreveu no quadro "derrepente". Meu Deus, você não imagina como eu fiquei tensa com isso. Eu estava entre avisar que ela tinha errado ou não. Se eu falasse que ela errou, eu poderia receber uma má resposta depois. Se eu não falasse, iria me sentir culpada por não dizer como se escreve devidamente. Optei por falar com ela no final das contas, mesmo que eu estivesse morrendo de medo de levar patada na frente da turma, porém ela sorriu e perguntou: "desde quando é escrito assim?". Eu respondi: "desde sempre!".

Acredito que todos os professores deveriam falar e escrever corretamente, porque muitos alunos são influenciados por professores. Se você acredita que um professor de Matemática diz que dois mais dois é igual a 5, então, provavelmente, acreditará que "com certeza" se escreve "concerteza".

Às vezes, eu tenho até dó, porque alguns professores que não têm diploma de Letras tentam ensinar a falar corretamente. Que dó, gente! Tipo, cara, ensina só a sua matéria. Ninguém paga um professor de Geografia para ensinar Língua Portuguesa.

Eu fugi um pouco do assunto principal, mas eu gostaria de falar sobre pessoas que não sabem escrever ou falar direito e tentam ensinar. Sério, eu tenho uma pena desse pessoal. Quando uma colega minha tentou me ensinar a posição da vírgula, eu quis bater nela. A guria erra as palavras mais do que tudo e tenta me ensinar pontuação? Poupe-me.

Última coisa sobre professores que tentam ensinar outras matérias. Eu tinha uma professora de Matemática que olhava os nossos cadernos, então sempre que alguém esquecia algum acento ela falava com tom de deboche. A pessoa que fala "pra mim fazer" estava tentando ensinar português, que engraçado. Mim ser índio mau.

E quando a coleguinha fala "você asseste tal filme?". Oi? Como assim? Eu não entendi o que você falou por causa da quantidade enorme de adubo que saiu da sua boca. Tá sujo aí!

De vez em quando dá pena, gente, é sério. Eu estou escrevendo pra zoar as pessoas que escrevem ou falam errado, mas tenho pena. Eu já corrigi tanto indivíduo e eles ficam sem resposta, podem até me ignorar ou dar má resposta, como: "a boca é minha e eu falo do jeito que eu quiser". Tá, meu amor, se você quiser continuar falando errado, eu não ligo. Tem muita vaga como auxiliar de farmácia ou embalador de supermercado, tá? Eu até procurei sobre esses "empregos" e não precisam de ensino fundamental completo.

Ah, uma menina escreveu alguma coisa errada no Facebook e eu corrigi. Logo depois, meu comentário foi excluído. Vocês não imaginam o quanto eu ri disso.

Era só isso que eu queria falar mesmo. Não dá pra ter uma conversa descente com quem é assim. Às vezes, a ignorância das pessoas por aprender atrapalha tudo. Porque é bem melhor ficar na internet o dia todo do que ser alguém na vida.